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SITUAÇÃO DEGRADANTE
Aumento de indígenas abandonados em ruas de Boa Vista é tema de discurso do
deputado Gabriel Picanço
Por Hora 1 Roraima
Parlamentar sugere criação de grupo para formalizar denúncias a órgãos federais
O deputado Gabriel Picanço (Republicanos) chamou a atenção para o crescente número de
indígenas, especialmente crianças, dormindo nas ruas de Boa Vista. Durante discurso na
tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), nesta terça-feira (11), ele relatou a
presença de famílias indígenas, em sua maioria da etnia Yanomami, vivendo em condições
precárias próximo à Feira do Produtor.
“Desde a última sexta-feira [7], tenho observado a quantidade de crianças indígenas dormindo
no chão naquela região”, destacou o parlamentar.
A situação expõe adultos e crianças a riscos como mudanças climáticas e acidentes de
trânsito, já que esses grupos costumam se instalar em áreas de grande circulação. Diante do
cenário, Picanço cobrou um posicionamento do Ministério Público Federal (MPF) para que a
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) seja responsabilizada pelo amparo a essas
famílias.
“Temos crianças dormindo nas ruas, ao relento, pegando chuva. Isso não pode continuar”,
lamentou.
O deputado também criticou a atuação do Governo Federal em Roraima. “A Casa de Governo
trouxe milhões, helicópteros, satélites, alimentos, mas de que adianta jogar comida todos os
meses se os indígenas continuam vindo para cá com fome?”, questionou. Ele sugeriu que o
MPF cobre providências da Funai e que o Conselho Tutelar acompanhe a situação e formalize
denúncias aos órgãos competentes.
“O dinheiro existe, porque o Governo Federal está presente aqui. Mas onde estão os recursos
para garantir a manutenção e a sustentabilidade dos indígenas Yanomami?”, indagou.
Apoio de outros parlamentares
A fala de Picanço recebeu apoio de outros deputados. A deputada Angela Águida Portella
(Progressistas) afirmou já ter enviado documentos e mobilizado esforços para cobrar a Funai
sobre o problema, mas sem sucesso. Ela revelou ainda que buscou auxílio da ex-deputada
federal Joênia Wapichana, sem obter avanços.
“Ela me disse que não era um problema meu nem dela, mas da Funai. E encerrou a conversa”,
relatou Angela.
A deputada propôs que as comissões da Assembleia se reúnam para verificar a situação de
perto e protocolem um documento diretamente em Brasília, cobrando ações concretas. “Ficar
apenas indignado não resolve”, enfatizou.
A deputada Aurelina Medeiros (Progressistas) destacou que o problema é antigo e não se
limita aos indígenas Yanomami, mas atinge também outras etnias e imigrantes venezuelanos.
“É uma obra premeditada do Governo Federal. Por mais que lutemos e vejamos essa
realidade, nunca conseguiremos controlar a imigração na fronteira. Nunca recebemos recursos
adequados para Saúde e Educação. A porta fica aberta intencionalmente, e o que vemos hoje é
reflexo disso”, declarou.
Ela ainda questionou a atuação da Funai. “A Funai ainda existe? Porque, pelo que vejo, a
situação está exposta a todos os órgãos federais e nada é feito.”
Já o deputado Armando Neto (PL) ressaltou que o problema afeta toda a sociedade e criticou
a falta de ação do Governo Federal.
“Muitas vezes, o Governo Federal impõe regras, mas não assume sua responsabilidade. O
impacto fica para Roraima, e, mesmo tendo representantes do nosso estado dentro dessas
instituições, não vemos esforço para mudar a realidade dos indígenas locais”, concluiu.
Texto: Yasmin Guedes Esbell
Foto: Eduardo Andrade / Marley Lima / Nonato Sousa
SupCom ALERR – 11.03.2025
Jornalista com experiência em cobertura política e social em Roraima. Atua com dedicação em reportagens de impacto e busca sempre trazer informações precisas e relevantes para seus leitores. Com uma trajetória de comprometimento e ética, contribui para o fortalecimento do jornalismo local. Atualmente, faz parte da equipe do Hora 1 Roraima.
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