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Boa vista

CONSCIENTIZAÇÃO Palestra da SEM aborda violência contra a mulher com alunos do Colégio Aplicação

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CONSCIENTIZAÇÃO
Palestra da SEM aborda violência contra a mulher com alunos do Colégio Aplicação
Por Hora 1 RR

Iniciativa do Centro Humanitário de Apoio à Mulher e do Núcleo Reflexivo Reconstruir leva reflexão sobre tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha

Promover a igualdade de gênero e debater com os adolescentes o ciclo de violência doméstica e familiar foi o mote da palestra promovida pelo Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame) e pelo Núcleo Reflexivo Reconstruir, instituições vinculadas à Secretaria Especial da Mulher (SEM) da Assembleia Legislativa (ALE-RR), e ministrada a alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima (UFRR), na manhã desta quinta-feira (5).

A iniciativa integra o ciclo de palestras semanais da SEM nos colégios públicos de Boa Vista. Com linguagem acessível, os palestrantes exploraram os aspectos sociais e psicológicos das agressões, abordando desde a dependência emocional das vítimas até as estruturas patriarcais que contribuem para a perpetuação da violência.

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“Essa é a nossa última palestra do ano. Nessa ação, atendemos cerca de cem alunos de quatro turmas para orientar e tirar dúvidas. É uma dinâmica bem interessante, pois temos estudantes na faixa etária de 13 a 15 anos, e é muito importante que eles aprendam, desde cedo, a combater esse tipo de violência e saibam como pedir ajuda”, explicou a diretora do Chame, Hannah Monteiro.

Exemplos e reflexão

A apresentação detalhou os diversos tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), contemplando agressões físicas, psicológicas, sexuais, patrimoniais e morais, além de formas mais atuais, como a violência cibernética e política. Os exemplos concretos e as analogias simples estimularam a reflexão crítica.

Os alunos também conheceram a estrutura de apoio especializado da secretaria, que oferece atendimento multidisciplinar gratuito, com advogados, psicólogos e assistentes sociais. O Chame se responsabiliza pelo acolhimento das vítimas, enquanto o Núcleo Reflexivo Reconstruir trabalha com os agressores, e o Grupo Terapêutico Flor de Lótus complementa a rede com cursos de defesa pessoal para mulheres.

Vitória Prudente, estudante do 9º ano, destacou a importância de prestar atenção nos sinais da violência psicológica, que muitas vezes são invisíveis, mas podem ter consequências fatais.

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“Entendi que existem vários tipos de agressão contra as mulheres. A violência psicológica atua diminuindo a autoestima da pessoa. Isso faz com que, mesmo que a gente veja a vítima aparentando estar feliz por fora, por dentro ela está quebrada. Inclusive, isso pode levar não só a outros atos de violência, mas também ao suicídio. Por isso, não podemos permitir que nenhum homem levante a voz para nós. Precisamos sempre manter o controle sobre a situação”, disse.

Já a aluna Áquila Souza prestou atenção na gradação das violências. “Existe a verbal, que é mais o xingamento, onde a autoestima da pessoa é atingida. Já a ameaça causa medo, a física envolve agressões, inclusive com objetos, e o último nível é matar, quando o homem quer exercer controle sobre a vida da companheira”, ressaltou.

Roraima liderou, em 2023, o crescimento da taxa de feminicídios no Brasil, registrando um aumento de 100% em relação a 2022, ao passar de três para seis casos, conforme o Mapa de Segurança Pública do governo federal divulgado este ano. Esse cenário, segundo a orientadora educacional do colégio, Cleane Nascimento, é uma realidade presente na vida de muitas crianças e adolescentes e precisa ser debatido.

“Nosso Estado está entre os que apresentam os maiores índices de feminicídio. Essas crianças fazem parte de uma sociedade que convive diariamente com essas notícias nos jornais. O que precisamos, nesse momento, é sensibilizá-las, pois a educação é o principal caminho para que elas reflitam antes de reproduzir práticas tão comuns na nossa sociedade”, explicou.

Os interessados em levar a palestra para uma unidade de ensino ou qualquer tipo de instituição, podem solicitá-la pelo ZapChame, por meio do número (95) 98402-0502. No mesmo canal, qualquer pessoa pode denunciar ou pedir ajuda em casos de violência doméstica ou familiar contra a mulher.

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Sobre a SEM

A Secretaria Especial da Mulher (SEM-ALE-RR) tem como objetivo promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Uma das suas missões é incentivar mulheres a romper ciclos de violência e outras violações de direitos, oferecendo atendimento multidisciplinar (psicológico, social, jurídico, orientação e informação).

Atendimento presencial:
Boa Vista: Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida. Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h (sem intervalo para o almoço).
Rorainópolis: Núcleo da Secretaria Especial da Mulher, na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR-174. O atendimento multidisciplinar funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Atendimento remoto:
ZapChame: Por meio do número (95) 98402-0502, qualquer pessoa pode denunciar ou pedir ajuda. O informante não precisa se identificar, e a mensagem é mantida em sigilo absoluto. Técnicas do Chame orientam de acordo com as demandas. Os atendimentos ocorrem 24 horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados.

Texto: Suellen Gurgel
Fotos: Alfredo Maia
SupCom ALE-RR

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