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Roraima

‘VIDAS EM VITRINE’ Enfrentamento ao tráfico humano no Estado é debatido em podcast da ALE-RR

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Podcast apresentou informações sobre o crime considerado subnotificado e silencioso no Estado.

A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) exibiu, nesta terça-feira (30), o podcast ‘Vidas em Vitrine’, com informações sobre o tráfico de pessoas no Estado e abordou ações de combate a esse crime por instituições públicas e privadas. O programa produzido pela Superintendência de Comunicação foi exibido ao vivo pela TV Assembleia (canal 57.3), bem como pelo canal da Casa Legislativa no Youtube (@assembleiarr).

Nos estúdios da Rádio Assembleia, o podcast mediado pelo jornalista Johann Barbosa, apresentou dados sobre esse crime considerado silencioso e ainda pouco notificado em Roraima, sendo que um dos agravantes para ocorrência dele são as fronteiras que o estado possui com a Venezuela e Guiana. Essa posição geográfica foi debatida pelo delegado da Polícia Federal, Thiago Pereira, um dos convidados do programa.

Delegado da PRF, Thiago Pereira, falou sobre os crimes de tráfico de pessoas com ênfase nas fronteiras do Estado com outros países

“Estamos em uma posição estratégica, o que resulta em vários crimes fronteiriços, como tráfico de pessoas para exploração sexual, adoção ilegal e extração de órgãos. Também enfrentamos a promoção de migração ilegal, ou também chamado de contrabando de imigrantes. Devido a essa localização, esses crimes são comuns, e a Polícia Federal tem o papel constitucional de combatê-los”, disse o delegado.

O Programa de Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC) da ALE-RR realiza atividades preventivas e de enfrentamento ao tráfico de pessoas, com destaque ao projeto “Educar é Prevenir”, ação de treinamento destinada à comunidade escolar. A diretora do PDDHC, Socorro Santos, tem ampla experiência no assunto e comentou sobre a relevância dessas ações para a população roraimense.

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A diretora do PDDHC/ALE-RR, Socorro Santos, destacou o antigo e contínuo trabalho da Casa Legislativa para coibir esse tráfico

“Nós não temos uma política de enfrentamento ao tráfico humano no Estado e, por isso, o Poder Legislativo assumiu essa responsabilidade. Recentemente, por exemplo, oferecemos uma capacitação para um grupo da Igreja Católica, onde uma pessoa relatou ter sido aliciada e levada daqui para trabalho escravo. Nesse sentido, nosso trabalho é prevenir, mas também fornecer atendimento especializado e escuta humanizada para as pessoas vítimas desse crime”, informou a diretora.

Coordenadora da pesquisa sobre tráfico de pessoas em Roraima, a doutora e socióloga Márcia de Oliveira ressaltou que 41% das pessoas vítimas desse crime são mulheres migrantes, sendo uma dessas vertentes a exploração sexual em garimpos ilegais do Estado.

Marcia de Oliveira, pesquisadora da UFRR: “Cresce cada dia mais o mercado da prostituição e por isso os aliciadores atuam amplamente em toda a região”

“Nossos estudos mostraram duas situações: nem toda pessoa vítima de tráfico sabe que ela está traficada e o outro detalhe é que nem sempre as instituições lidam com o fato como tráfico. Além disso, nós identificamos que se existem pessoas traficadas é porque há uma demanda, ou seja, cresce cada dia mais esse mercado da prostituição e por isso os aliciadores atuam amplamente em toda a região”, explicou a doutora.

Umas das modalidades do tráfico humano é relacionada ao trabalho análogo à escravidão, situação que é combatida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A auditora do trabalho, Thais Castilho, informou como a instituição atua para coibir a prática criminosa.

Thais Castilho, auditora do MTE, debateu sobre o trabalho análogo à escravidão

“O papel do Ministério do Trabalho é resgatar trabalhadores em condições análogas à escravidão. Muitas vezes, esses casos estão relacionados ao tráfico de pessoas, envolvendo transporte e alojamento fraudulentos ou abusivos. Nós não apenas retiramos a pessoa do local, mas também garantimos uma renda inicial por meio do pagamento das rescisões e seguro-desemprego, além de encaminhá-la para assistência social e de saúde, se necessário”, disse Thais.

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O podcast também teve a presença do coordenador de proteção em Roraima da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Felipe Wunder, e a policial rodoviária federal (PRF), Verônica Cisz, membro da Comissão de Direitos Humanos da Política Rodoviária Federal. Além disso, o programa trouxe um relato real sobre tráfico humano com fins de exploração sexual. Para assistir ao podcast completo, é só acessar o canal do Parlamento roraimense no Youtube (@assembleiarr).

Texto: Anderson Caldas

Fotos: Jader Souza

SupCom ALE-RR

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